“Num mundo inundado de informações irrelevantes, clareza é poder. Em teoria, qualquer um pode se juntar ao debate sobre o futuro da humanidade, mas é muito difícil manter uma visão lúcida.”
– Yuval Noah Harari
O hábito da leitura sempre foi importante por diversos motivos, mas existe um motivo em especial que é pouco comentado: manter uma visão lúcida.
Yuval Noah Harari compilou uma série de fatos e explicações sobre a questão da superficialidade humana e possíveis consequências.
Além de Sapiens e Homo Deus, agora o livro em questão de Harari é 21 lições para o século 21 – alguns dizem que o título soa como autoajuda, mas está longe disso.
O foco da obra está nas questões atuais e no futuro imediato das sociedades humanas. E procura refletir sobre perguntas como:
- O que está acontecendo neste momento?
- Quais são os maiores desafios e escolhas de hoje?
- Qual deve ser o foco de nossa atenção?
- O que devemos ensinar a nossos filhos?
E claro, como parece que tudo está inundado de informações irrelevantes, a clareza, obtida pela boa leitura, se torna uma válvula de escape.
Em outras palavras, para ter uma visão lúcida, a leitura é um dos hábitos atuais mais importantes. O que explica em partes a situação do Brasil.
Entre 2019 e 2020, um levantamento, feito pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural, foi realizado em 208 municípios de 26 estados.
Segundo os dados da pesquisa, o Brasil havia perdido mais de 4,6 milhões de leitores (dentro do período de 2015 até 2019).
Inclusive, os “não leitores” (brasileiros com mais de 5 anos que não leram nenhum livro) representam 48% da população.
Infelizmente, os dados acima representam uma realidade, mesmo após 2 anos desde que o levantamento aconteceu.
No campo das finanças, não é preciso muito esforço para destacar a importância da leitura – manter uma visão lúcida evita muitos golpes financeiros.
Como tudo o que envolve dinheiro, investimentos e economia, envolve a TSD, separamos para você os 7 Benefícios da Leitura para a sua vida financeira:
1- A Leitura é um estímulo mental:
Atividades físicas funcionam para que evitar e prevenir que a saúde seja afetada por causa de descuidos básicos.
Assim, o hábito da leitura pode ser comparado em relação ao cérebro, pois funciona como um treino de alta performance para os neurônios.
Tanto que ao ler, o sangue flui para diversas áreas associadas à concentração!
E ainda se for o caso de uma leitura mais crítica, também para áreas menos ativas do cérebro.
2- A Leitura reduz o estresse:
Mesmo com o estresse sendo romantizado ou ironizado por algumas pessoas, é um problema que em baixos ou grandes níveis precisa de atenção.
O neurocientista brasileiro Fabiano de Abreu Rodrigues, afirma no artigo científico publicado pelo Brazilian Journal of Development, que o corpo responde aos estímulos mentais.
“A elevada atividade cerebral, motivada pelo estresse, cria uma relação de dependência de dopamina e desregula as funções neurais, isso gera desequilíbrio no organismo”, explica.
O hábito de ler ou a simples atividade da fazer isso em algum período do dia, pode ser o fator que mais reduz o estresse.
Além de outros benefícios considerados até terapêuticos, reduzir o estresse é uma das formas de incentivos para um “não leitor” começar hoje mesmo.
3- A Leitura aumenta o conhecimento:
É óbvio, mas precisa ser dito. Mesmo porque o próprio senso comum também conhece essa informação – agora, praticar é outra coisa…
Outro ponto para destacar é em relação ao avalanche dopaminérgico imbuído pelas famosas e intrigantes redes sociais.
A leitura, nesse sentido, além de aumentar o conhecimento e senso crítico, coloca também um tipo de equalizador de dopamina.
Sem falar que o conhecimento talvez seja o único antídoto contra a ignorância, ainda mais se obtido, fixado e compartilhado através de bons livros.
4- A Leitura reforça o pensamento crítico:
Em poucas palavras, o pensamento crítico é quase uma anomalia de tão escasso que se encontra – é mais fácil encontrar o “pensamento de manada”.
Ter um pensamento crítico implica em raciocinar quando todos apenas seguem o fluxo – por mais que seja a pior opção para essas pessoas.
Significa ter a capacidade de analisar objetivamente as informações, e depois ter coragem para contestar o que seria falso ou indevido.
E ainda conhecer e confrontar as próprias crenças, preconceitos e modus operandi que comanda oi indivíduo.
5- A Leitura e o aumento de foco:
Quanto mais você lê, mais aumenta sua habilidade de estabelecer conexões entre informações, dados e contextos, afim de produzir o bom conhecimento.
Ilustrando o subtítulo desse tópico, o bom conhecimento aliado ao pensamento crítico, é o real aumento de foco proporcionado pela leitura.
Levando o subtítulo ao pé da letra, o neurobiólogo espanhol Francisco Mora relata que a leitura aumenta o foco – literalmente.
Conforme explica o autor em Neuroeducación:
“Para ler precisamos inibir temporariamente “99% de tudo o que normalmente pensamos ou que entra no nosso cérebro e prestarmos atenção em apenas 1% disso”.
6- A Leitura pode ser um entretenimento de baixo custo:
Livros com histórias envolventes são capazes de “desligar” qualquer pessoa do mundo real que esteja ao redor dela.
Ou seja, isso faz com que sua atenção esteja inteiramente voltada para o que acontece na trama, relato ou informação.
A leitura é como se fosse viajar sem sair de casa, e existem várias opções de livros mais acessíveis, e a possibilidade de adquirir livros digitais.
É claro que ninguém resiste a uma Netflix ou outro serviço de streaming, mas é importante destacar que o simples ato de ler também é um meio de entretenimento.
7- A Leitura “turbina” o cérebro:
No livro “O Cérebro no Mundo Digital” da autora Maryanne Wolf, é ressaltado as contribuições do psicólogo Donald Hebb.
Na segunda metade do século XX, as pesquisas do Psicólogo Donald Hebb ajudaram a conceber o modo como as células formam grupos de trabalho ou conglomerados de células.
Durante a leitura grupos de trabalho de células neurais em cada uma das partes estruturais de cada circuito (visão, linguagem, etc.) aprendem a executar algumas das funções mais especializadas.
Esses grupos especializados constroem as redes que nos permitem ver os menores traços das letras ou ouvir os elementos mais sutis nos sons da língua (ou fonemas) literalmente em milissegundos.
Igualmente importante, a especialização das células habilita cada grupo de trabalho de neurônios a tornar-se automático em sua região específica!
Assim como virtualmente automático em suas conexões com os outros grupos ou redes no circuito de leitura.
Nesse sentido, para que a leitura aconteça, deve haver automatismo na velocidade do som para as redes neuronais em nível local (isto é, em regiões estruturais como o córtex visual).
Isso, por sua vez, permite que haja conexões igualmente rápidas entre inteiras expansões estruturais do cérebro (conectando, por exemplo, regiões visuais a regiões afetas à linguagem).
Portanto, sempre que designamos uma única letra que seja, estamos ativando redes inteiras de grupos neuronais específicos no córtex visual.
Grupos que correspondem a redes inteiras de grupos de células baseados na linguagem, tudo com uma precisão de milissegundos.
Multiplique esse quadro por centenas e centenas de vezes quando a tarefa for a de representar o que você leitor está fazendo enquanto lê.
Quem ainda aceita a crença arcaica de que usamos somente uma parte mínima de nossos cérebros ainda não se inteirou do que fazemos quando lemos.