Um conselho de qualidade duvidosa pode se tornar indigno de ser seguido e desprezado após uma boa revisão.
Um ensinamento clichê com várias replicações em qualquer canto da Internet, pode ser apenas ignorado.
Um autor quando coloca qualquer coisa no conteúdo de seu livro, artigo ou publicações nas redes sociais, é rapidamente esquecido.
Seja como for, nenhum dos três casos acima fazem parte daquilo que Nassim Nicholas Taleb publicou em seu livro.
Por que a educação financeira é Antifrágil?
Autor de cinco livros fantásticos, agora vamos focar em “Antifrágil – Coisas que se beneficiam com o caos.”
Inclusive, sobre essa obra e ensinamentos, Daniel Kahneman escreveu: “Mudou a minha visão de como o mundo funciona.”
O conceito Antifrágil implica em como prosperar em um mundo aleatório e cheio de incertezas.
Contudo, para continuar, uma pergunta precisa ser feita: O que isso tem a ver com a educação financeira?
Em síntese, faz parte de tudo, já que acontecimentos improváveis e imprevisíveis quase sempre atingem nosso dinheiro.
Em uma Internet tão barulhenta, é preciso tempo para diferenciar aquilo que presta e o que significa uma grande oportunidade de ser enganado.
Eis uma arma secreta para não desperdiçar grana (em especial na Internet): seja Antifrágil.
Antifrágil: Por que muitas pessoas perdem dinheiro?
Pequenas sortes ou pequenos azares fazem toda a diferença quando tudo ao redor está sujeito ou é originado da aleatoriedade.
Assim, lidar com o dinheiro para evitar perde-lo e usar da melhor forma, parece um pouco mais complicado.
É nesse ponto que a antifragilidade torna-se necessária – quase na mesma medida, porém, quanto mais melhor.
Seja o que for feito com o dinheiro (investimentos, aquisições, vendas, etc.), vez ou outra será preciso se beneficiar das crises.
Taleb defende que, por maiores que sejam os desafios, ainda podem representar chances para um crescimento futuro.
Um exemplo clássico e recente: a crise de 2020 fez as bolsas, economias mundiais e muitos comércios locais recuarem – e até encerrar atividades.
Foi um evento aleatório que causou um enorme prejuízo para empreendedores e investidores.
Mas quem teve condições mentais e financeiras para se reerguer, aproveitou o momento de incerteza e pode ter tido bons resultados.
Algo parecido acontece com os investidores da Magazine Luiza (MGLU3), que torcem para que o efeito da antifragilidade seja real no valor das cotações das ações da Magalu.
Além de mudar a sua visão de mundo e ajudar a enxergar situações ruins com algum tipo de luz no fim do túnel, a antifragilidade influencia diretamente o dinheiro.
Afinal, o próprio Nassim Taleb, criador dessa escola de pensamento, é matemático de formação, analista de risco e já foi trader na bolsa de Chicago.
Tanto que Taleb previu um a crise de setembro de 2008. Então há bons motivos para aplicar tudo isso diretamente em nossa grana.
O que acontece se juntar a educação financeira com a mentalidade antifrágil?
Você já se perguntou porque algumas pessoas geram muito medo enquanto ao dinheiro enquanto outros conseguem gerar mais dinheiro?
A resposta está na forma como essas pessoas entendem o que pode acontecer de ruim com o dinheiro – não é a toa que existe um grande medo de investir.
Deixar de ser antifrágil pode ser uma péssima ideia quando o assunto é dinheiro.
Abaixo, está 5 utilizações para descobrir mais:
1- Não adie os seus problemas:
Os problemas nunca vão desaparecer – faz parte. Para tudo existe uma solução ou mais, afinal, problemas são feitos para serem resolvidos.
Adiar os problemas apenas atrasa algum aprendizado que estava pronto para acontecer e ser absorvido.
De tal maneira, uma pergunta se faz necessária… O que é melhor: encarar logo os problemas ou continuar “empurrando com a barriga” até onde é possível?
Nesse sentido, o Antifrágil comete (muitos) pequenos erros que podem ser reversíveis, mas de forma alguma comete um erro que pode fugir de controle.
E adiar os problemas pode até funcionar nos primeiros dias ou até meses, mas com o tempo, pode ser apenas um grande erro incontrolável.
2- Está tudo bem? Desconfie!
Existe um provérbio popular de origem histórica desconhecida: “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”.
Se tudo caminha bem, e tudo parece estar bem ou ainda ser fácil demais (como receber muita esmola) desconfiar é o mais recomendável.
Sobre essa utilização, Taleb escreveu:
“Minha ideia do sábio estoico moderno é alguém que transforma medo em prudência, dor em informação, erros em começos e desejos em realizações A incerteza é algo presente, desejável e necessário para a evolução.”
3- Não evite os riscos
O livro Antifrágil tem muitas lições para aplicar diretamente na educação financeira, como por exemplo o incentivo para não evitar os riscos.
Até porque encarar os riscos, é a mesma coisa que encarar incertezas, algo presente e necessário para qualquer tipo de evolução.
Logo, o conceito sobre não evitar os riscos pode ajudar não apenas a buscar por oportunidades na adversidade, mas também a lidar melhor com os riscos.
Mas há um detalhe para ser levado em conta: o risco da ruína – como nada é perfeito, esse risco é uma exceção para ser evitado.
Vamos tomar as atividades de um investidor como exemplo. Nesse caso, as dicas para evitar o risco da ruína são:
- Faça os investimentos conforme o que entende
- Evite concentrar muito o patrimônio (diversifique)
- Busque ativos que forneçam segurança na carteira
- Evite alavancagem (movimentar volumes financeiros bem superiores ao que possui em conta)
4- Aprenda com as crises
As crises, por diversos motivos, tendem a ser um fundo do poço irrecuperável em ocasiões que o conceito Antifrágil é praticamente inexistente.
Ser antifrágil, porém, não significa ser blindado e inatingível pelas crises – até porque qualquer conceito que pregue isso, está fadado ao fracasso.
Pelo contrário, ser antifrágil implica em não fugir do desafio, mas incorporar como oportunidade para se aperfeiçoar.
Nesse sentido, é algo que o “frágil” e o “robusto” não fariam. Portanto, aplique o conhecimento existente e descubra mais sobre crises parecidas.
Assimile (sempre que possível e necessário) eventuais mudanças e desafios, ao fazer isso, a busca para se beneficiar a partir deles melhora.
5- Tentativa e erro
Você sabia que por meio da tentativa e erro você é possível notar o que dá certo e o que precisa ser ajustado?
Com o passar do tempo, é possível adquirir muito aprendizado e fazer progressos – em todas áreas da vida.
Um dos exemplos é a natureza. Nassim Taleb considera que a natureza é um dos melhores exemplos do conceito Antifrágil.
Veja bem, as florestas se beneficiam das pequenas queimadas (ênfase no “pequenas queimadas”).
É através disso que evitam que materiais inflamáveis se acumulem a ponto de causarem um grande incêndio que ficará fora de controle.
Em outras palavras, deixar que esses pequenos incêndios ocorram limpa a floresta dos materiais que evitariam um grande incêndio.
Tentativas e erros (desde que não saia do controle) “antifragilizam” as florestas.
Se a natureza fosse frágil, se destruiria. Mas nesse caso, consegue sair ainda mais forte desses momentos.